quarta-feira, 27 de maio de 2009

ATRIZ BAIANA LANÇA VIDEODANÇA SOBRE MULHERES GAÚCHAS

Contemplada pela FUNARTE, a intérprete Isabela Silveira exibe em Porto Alegre o videodança Mulheres de Magritte, realizado a partir de residência artística em parceria com a ONG Maria Mulher.

Esta iniciativa integra o Prêmio de Interações Estéticas – Residências Artísticas em Pontos de Cultura.

O videodança As Mulheres de Magritte será lançado no dia 30 de maio, sábado, às 15:30h, na ONG Maria Mulher (na sede Cruzeiro do Sul). Logo em seguida será exibido o filme Colcha de Retalhos (com a atriz Wynona Ryder; drama que trata de temas como amor e passagem do tempo, através de um
olhar feminino).

Realizado pela atriz e dançarina baiana Isabela Silveira, a partir de uma residência artística na cidade de Porto Alegre, em parceria com a organização Maria Mulher – Organização de Mulheres Negras, o videodança tem características documentais baseado nas noções de identidade e des-identidade. Esses termos aqui são compreendidos como o conjunto de aspectos que caracterizam um sujeito e o difere dos demais, ou o abandono desses aspectos, seja de forma imposta ou opcional.

A intérprete e proponente acompanhou ao longo de 02 meses a ONG Maria Mulher e nesse período participou das atividades que envolviam as mulheres residentes naquela comunidade, como oficinas, exibições de filmes, reuniões com assistentes sociais e atendimento às famílias.

Após ampla pesquisa sobre pontos de cultura no Brasil, a artista baiana escolheu a Maria Mulher – Organização de Mulheres Negras, por esta desenvolver ações afirmativas da identidade feminina e de combate às variadas formas de violência contra a mulher. A Maria Mulher trabalha há 22 anos em Porto Alegre-RS, atuando na defesa dos direitos das mulheres, na construção da cidadania de meninas e adolescentes e na promoção da igualdade racial, além de trabalhar como interventora política e produzir atividades junto à comunidade.

Isabela Silveira é natural de Salvador-BA, onde reside. Bacharel em Interpretação Teatral pela Universidade Federal da Bahia, atualmente desenvolve a sua pesquisa de mestrado nesta mesma instituição. Atua como atriz, dançarina, produtora e integra o Núcleo VAGAPARA, coletivo de artistas baianos que trabalha coletiva e criativamente desde 2007.

O prêmio Funarte teve como objetivo apoiar o intercâmbio cultural e estético entre artistas do campo da Arte Contemporânea e a rede de Pontos de Cultura.
A pesquisa e o videodança As Mulheres de Magritte foram desenvolvidos no intuito de refletir sobre as diversas expressões de violência que vem se apresentando, contra a mulher, no Brasil, sobre os mecanismos que essas mulheres vêm adotando, ainda que de forma inconsciente, em prol da afirmação de sua identidade e, ainda, perceber em qual instância isso é uma forma de combate à violência. Além de pesquisar novos procedimentos criativos para uma composição em dança, utilizando como material de suporte a vivência de personagens reais, resultando num produto artístico que promove a popularização da dança contemporânea.

O videodança une as linguagens da dança, da performance, do vídeo e do cinema, gerando um produto híbrido e abrindo perspectivas para novas formas de criação. É a dança apresentada num suporte do audiovisual onde o movimento é parte central na construção da narrativa ali apresentada. As Mulheres de Magritte é um videodança com características documentais onde os depoimentos e as ações cotidianas das mulheres da Vila Cruzeiro estimulam o ato coreográfico, sendo utilizados pelos seus potenciais expressivos, reorganizados no corpo da intérprete Isabela Silveira.

O feminino tomado como base criativa do trabalho foi o retratado nas telas, esculturas e instalações de René Magritte, pintor surrealista nascido na Bélgica (1898-1967) que, através de suas obras, convida o observador a refletir sobre o sentido e a veracidade do que lhe é apresentado. Magritte é mundialmente conhecido pelo famoso quadro Isto não é um cachimbo. As obras desse artista geram confusão no olhar de quem as vê e brincam com a compreensão/ interpretação. O tema do feminino é explorado pó Magritte de maneira marcante, através de representações do corpo da mulher em variadas e inusitadas situações.

Sobre Isabela Silveira: Bacharel em Interpretação Teatral pela Escola de Teatro da UFBA,é atriz, dançarina e produtora, já tendo trabalhado como assistente em diversas produções de teatro e dança de Salvador. Indicada ao Prêmio BRASKEM de Teatro, na Categoria Melhor Atriz do ano de 2006, por sua atuação no espetáculo ESTILHAÇO[S], direção de Celso Jr. Trabalhou como assessora da Diretoria de Teatro da FUNCEB - Fundação Cultural do Estado da Bahia de outubro de 2007 a março de 2009.

FICHA TÉCNICA:
Concepção: Isabela Silveira
Direção: Isabela Silveira, Rodrigo de Luna e Renato Gaiarsa
Câmera: Rodrigo de Luna e Renato Gaiarsa
Edição e Montagem: Caio Rubens e Renato Gaiarsa
Orientação de Movimento: Márcio Nonato
Trilha Sonora: Luisão Pereira
Produção executiva: Isabela Silveira

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